segunda-feira, 24 de junho de 2013

História da Rainha Esther

Arievaldo Viana

Parte II

Mardoqueu leu o decreto
Gelou de medo e pavor
Comunicou a Ester
Que Aman, em seu furor
Queria exterminar
A raça do Redentor.

- Querida Ester, disse ele
Venho triste lhe contar
Que o Primeiro Ministro
Jura por Marduk e Isthar
Que o nosso povo judeu
Decidiu eliminar.

- Esse Decreto já foi
Pelo rei sancionado
Armou para nós a forca
O dia já está marcado
Matará todo judeu
Que não ver ajoelhado.

- Meu tio, responde Ester
Eu nada posso evitar
Pois quem se apresenta ao rei
Sem ele próprio chamar
Por um decreto real
Manda na hora enforcar.

Deixemos aqui Ester
Lamentando pesarosa
Vamos tratar de Aman
Criatura orgulhosa
E saber o que tramava
Esta cobra venenosa.

Disse ele a Assuero:
- Há um povo no reinado
Que tem um costume estranho
Não cumpre nenhum mandado
Que fira algum mandamento
Por seu Deus determinado.

- Constitui um mau exemplo
Para outros povos e assim
Considero que este povo
Viver conosco é ruim
Eu quero a tua licença
Porque quer dar-lhes fim.

Lavrou-se então o decreto
Do extermínio judeu
Aman pegou uma cópia
E em praça pública leu
Somente por ter inveja
Da glória de Mardoqueu.

Naquela noite Assuero
Não podendo dormir mais
Mandou chamar seus escribas
Para lerem os editais
Entre estes documentos
Encontravam-se os Anais.

O leitor sabe que o rei
Foi salvo de um atentado
Por dois porteiros teria
Sido ele assassinado
Se não fosse Mardoqueu
Ter o caso desvendado.

Pergunta então Assuero
Depois que o escriba leu
Os anais onde constavam
Os feitos de Mardoqueu:
- Me diga qual foi o prêmio
Que este homem recebeu?

- Nenhum prêmio, majestade...
Responde o escriba ao rei
Então Assuero disse:
- Agora compensarei
O grande favor prestado,
Gratidão é uma lei!

No outro dia Aman
Foi ao Palácio enredar
Quando Assuero o viu
Tratou de lhe perguntar:
- Que deve ser feito ao homem
Que o rei pretende honrar?

Pensando que era pra si
Aquela grande honraria
Aman disse: - Majestade
Eis então o que eu faria
Com minhas roupas reais
Este homem eu vestiria

Depois o faria montar
Um cavalo ajaezado
Com os arreios de ouro
E o brasão do reinado
Por alguém muito importante
Ele seria puxado.

E nas ruas da cidade
O guia deve bradar
Assim o rei Assuero
Manda agora publicar:
- Este é um homem de bem
Que o rei pretende honrar!

- Muito bem, diz Assuero
Bonito plano, este seu
Mande selar meu cavalo
Da forma que concebeu
E nele faça montar
Nosso amigo Mardoqueu.

Aman ficou constrangido
Mas resolveu perguntar
Qual o homem, majestade
Que o cavalo irá guiar
Disse o rei: - És tu, Aman
Quem o deve anunciar.

Aman saiu se mordendo
Foi o cavalo arrear
Depois mandou Mardoqueu
Sobre o mesmo se montar
Mas intimamente dizia
Em breve irei me vingar.

E pelas ruas de Susa
Foi Mardoqueu aclamado
Vestindo as roupas reais
Num bom cavalo montado
E pelo ministro Aman
O ginete era puxado.

O leitor deve lembrar
Que Ester, a bela rainha
Já sabia do decreto
E qual a sorte mesquinha
Destinada a seu povo
Porém o medo a detinha.

Há dias que ela esperava
Uma oportunidade
Para falar com o rei
Contar-lhe toda a verdade
E, em favor de seu povo
Implorar-lhe a piedade.

Mas o tempo ia passando
Como o rei não a chamou
A dura pena de morte
Decida ela enfrentou
Foi à presença do rei
Lá chegando se curvou.

Disse o rei: - Minha querida
A lei não é para ti
Não temas, pois não pretendo
Fazer qualquer mal a si
Diga-me logo o que queres
Porque tu vieste aqui?

Disse ela: - Majestade
Viva em paz, a governar
O motivo que me trouxe
É que vim de convidar
Para um singelo banquete
Que pretendo preparar.

Este banquete eu vou dar
Na noite de amanhã
Quero apenas que convides 
O nosso ministro Aman
Espero que não me faltes
Espero com grande afã.


segunda-feira, 17 de junho de 2013

História da Rainha Esther




Arievaldo Viana

Parte I


Supremo Ser Incriado
Santo Deus Onipotente
Manda teus raios de luz
Ilumina a minha mente
Para transformar em versos
Uma história comovente

Falo da vida de Ester
Que na Bíblia está descrita
Era uma judia virtuosa
E extremamente bonita
Por obra e graça divina
Teve venturosa dita

Foi durante o cativeiro
Do grande povo Judeu
Um rei chamado Assuero
Naqueles tempos viveu
E com o nome de Xerxes
Na História apareceu.

O rei Assuero tinha
Pelo costume pagão
Um harém com muitas musas
As mais belas da nação
Mas era a rainha Vasti
Dona do seu coração.

Porém a rainha Vasti
Caiu no seu desagrado
Pois embora fosse bela
Não cumpriu um seu mandado
Vasti, durante um banquete
Não quis ficar a seu lado.

Com isto o Rei Assuero
Bastante se enfureceu
Mandou buscar outras moças
E por fim ele escolheu
Esther, a bela judia
Sobrinha de Mardoqueu.

Porque os seus conselheiros
Consideraram uma ofensa
A bela rainha Vasti
Não vir a sua presença
Perdeu a rainha o posto
Foi esta a dura sentença.

Ester era flor mais bela
Filha do povo judeu
Porém perdeu os seus pais
Logo depois que nasceu
Foi viver na companhia
De seu tio Mardoqueu.

Dentre as mulheres mais belas
Ester foi a escolhida
Pra ser a nova Rainha
Pelo rei foi preferida
Mardoqueu disse à sobrinha:
- Não revele a sua vida!

- Pois nosso povo é cativo
E vive na opressão
Talvez o rei não a queira
Vendo a sua condição
É melhor guardar segredo
Sobre seu povo e nação.

Não pretendo alongar-me,
Porém vos digo o que sei:
Mardoqueu era versado
Na ciência e na Lei
Trabalhava no palácio
Era empregado do rei.

Mardoqueu um dia soube
Que dois guardas do portão
Tramavam secretamente
Perversa conspiração
Eram Bagatã e Tares
Homens de mau coração.

Tramavam matar o rei
E Mardoqueu descobriu
A conversa dos dois homens
Ele sem querer ouviu 
Foi avisar a Ester
E ela ao rei preveniu.

Assuero indignado 
Com esta conspiração
Mandou ligeiro prender
Os dois guardas do portão
Eles descobriram tudo
Quando os pôs em confissão

Os dois guardas receberam
Um castigo exemplar
Provada a sua traição
O rei os manda enforcar
Depois mandou os escribas
Em seus anais registrar.

Mardoqueu perante o rei
Subiu muito de conceito
Deu-lhe o rei um alto posto
Por ser honrado e direito
Por isso era invejado
Por Aman, um mau sujeito.

Este Aman de quem vos falo
Era o Primeiro Ministro
Um dos homens mais perversos
De quem se teve registro
Tramava contra os judeus
Um plano mau e sinistro.

Por força de um decreto
Queria que o povo inteiro
Se ajoelhasse a seus pés
Sendo ele um embusteiro
Queria ser adorado
Igual ao Deus Verdadeiro.

Isso era um grande martírio
Para a raça dos judeus
Porque só dobram os joelhos
Em adoração a Deus
Fato que desperta a ira
Dos pagãos e dos ateus.

O Ministro indignou-se
Com todo o povo judeu
Porque não obedeciam
Aquele decreto seu
Pensava em aniquilar
A raça de Mardoqueu.

Mandou baixar um Edito
Marcando a hora e o dia
Para o povo ajoelhar-se
Porém Aman não sabia
Que a bela rainha Ester
Era uma princesa judia.


segunda-feira, 10 de junho de 2013

Complexo de Édipo - Oferecimento do cordel

Ofereço o cordel sobre o complexo de Édipo a minha Tia Detinha. Em versos seria assim:


Eu dedico este cordel
A uma pessoa brilhante
Que me influencia sempre
Sem nem ser comediante
Minha querida Detinha
Que é uma eterna estudante.

Horas de conhecimento
Nós juntos fomos vivendo
Por meio de sábias palavras
Pude sempre ir aprendendo
Ouvindo falar de Freud
Ao seu lado fui crescendo.

Agora que estou adulto
A Deus quero agradecer
Por ter sido seu sobrinho
E do seu lado aprender
O que ela pode me dar
E o que a vida me fez ver.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Édipo, Jocasta e Laio: Um Complexo Freudiano.





Vou fazer uma narração
De um triângulo amoroso
Que foi estudado por Freud
Como um tema amistoso,
Sobre Laio, Jocasta e Édipo
Num complexo misterioso.

Laio possuia um gênio forte
Dono de grande uma empresa
Riquíssimo de nascença
Educado na nobreza
Aprendeu cedo a ser enérgico
Respeitoso sem brabeza.

Possuia grandes investimentos
Apesar de pouca idade:
Grandes mansões, casas, carros
Também muitas propriedades,
Investimentos bancários
E dinheiro em quantidade.

Laio tinha o que bem quisesse
E o que o dinheiro comprar
Só lhe faltava uma coisa,
Uma mulher pra casar.
Não achava pra si ninguém
Em que pudesse confiar.

Num dia normal de trabalho
O cupido lhe flechou
Percebeu uma funcionária
Que por ali nunca andou.
Uma mulher muito jovem
Que a própria beleza criou.

Laio procurou saber o nome
Da mulher descomunal,
Descobriu que era Jocasta
Muito boa profissional,
Também uma mulher bem jovem.
Formariam um lindo casal.

De tanto que Laio fez
Confirmou seu pensamento.
Uma mulher linda e jovem
Para seu desfrutamento.
Desejando lindos filhos
Pra consumar o casamento.

Esses filhos nunca vinham
E eles sempre a reclamar,
Toda noite estavam ali
No leito para tentar
Porém nunca vinha nada
E a esperança a se ultimar.

Laio decidiu que ia pedir
Ajuda para um adivinho
Conhecido e bem famoso
Que morava ali pertinho
Assim que pode, foi ver
Qual seria seu caminho.

Ao chegar aquele lugar
O rapaz foi lhe dizendo:
- Entre Laio e sente bem aqui
Seu futuro vou prevendo
Seu filho será a desgraça
Que você está querendo.

Pense bem se vai querer
Filho que lhe trará fim
Deus está lhe protegendo
Ficarás bem melhor assim.
Você acabe logo com isso
Reflita, não seja ruim.

Ele saiu de lá bem triste,
Desolado e pensativo.
"Que filho terrível esse!
E que final destrutivo!
Que fiz eu para merecer
Este mal definitivo?"

Quando Laio chegou a sua casa
A mulher foi lhe dizendo:
- Marido, estou feliz
A barriga está crescendo
Porque chegou a gravidez
E a vida está florescendo.

Laio ficou muito cismado
Com aquela situação.
Contou em detalhes a mulher
O dito da maldição.
Ela, ficou desolada
E ele, chorando no chão.

Depois de passar alguns dias
O casal tocou no assunto.
Sem haver uma definição
Porém analisando juntos,
Aceitavam qualquer coisa
Menos ter um filho defunto.

Passaram-se nove meses
Sem tomarem decisão
A rotina que era calma
Virou uma aporrinhação.
Depois do menino vivo
Acharam uma solução.

O pai levou seu menino
Para longe de sua esposa,
Entregando-o a um meliante
Saiu fugindo como raposa
Porém dizendo-lhe assim:
- Mate e coma com anchova.

O meliante bem pago
Levou o menino d'ali
Achando ele muito lindo
Não quis lhe fazer "suchi".
Arremessou-o numa porta
Saindo como um lambari.

Um cidadão de meia idade
Que perto d'ali morava
Achou o pobrezinho só
Enquanto ele caminhava
Resolveu levar pra casa
O menino que chorava.

Quando chegou acompanhado
De um menino que chorou
Sua esposa foi sorrindo
E tudo certo ficou.
Sendo batizado de Édipo
Que cresceu, mas não casou.

Um belo dia saiu de casa
Em seu carro dirigindo
Em trânsito muito louco
Por um atalho foi saindo
Numa rua estreita e esquisita
Num carro foi colidindo.

Édipo desceu do carro
Para tudo esclarecer
Com aquele desconhecido
Que acabara de descer.
O desconhecido era Laio
Pronto para debater.

Cada um se manifestava
Dono da sua colisão
Reclamando e esbravejando
Sem querer pedir perdão.
Os ânimos foram exaltando
Se instalou uma confusão.

Depois de um bate boca
Começaram a se atracar
Com porradas e pontapés
Paus e pedras para atacar.
Édipo pegou uma faca
Para no peito cravar.

Laio caiu no chão sem mover,
Tremendo sem respirar
Morrendo ali de imediato
Sem seu socorro chegar.
Édipo saiu d'ali rápido
Pra ninguém lhe dedurar.

Laio fugiu daquela cena
Numa terrível aflição
Não podendo esconder
Sua terrível frustração.
Nunca poderia explicar
Como se deu a situação.

Édipo passa triste anos
Sofrendo internamente
Pedindo a Deus mais uma chance
Para viver novamente
Quando um dia se deparou
Com um assalto na sua frente.

Uma mulher era atacada
Por um forte marginal.
Ele não pensou duas vezes
Pulou como um animal,
Lutou uma hora bravamente
Com ira sobrenatural.

Após fazer o salvamento
Percebeu imensa beleza.
Ela ficou apavorada,
Ele sem sentir tristeza,
Perguntou-lhe por seu nome
E ouviu com grande clareza:

Ela só disse: - Jocasta.
E neste mesmo instante
Ambos sentiram em si algo
Como uma emoção marcante
Coração batendo forte
E um desejo possante.

Depois d'aquele encontro
Não souberam explicar
Como o amor foi crescendo
Não parando de aumentar.
Os dias foram se passando
Acabaram por casar.

Depois do seu casamento
Édipo ficou estagiário
Do seu novo empreendimento
Aprendendo a ser empresário
Investindo mais dinheiro
Acabando milionário.

Alguns anos se passaram
E os filhos foram nascendo
Mas depois deste ocorrido
Algo ruim foi acontecendo
Tudo que ele investia
Acabava se perdendo.

Um misterioso desfalque
Ocorreu na sua empresa
Dois funcionários corruptos
Roubaram-lhe com destreza
O dinheiro produzido
Escapulindo a francesa.

Por desvalorização
Lá na bolsa de valores
Ele perdeu todas ações
Reservas e investidores.
A sua vida parecia
Um cinema de terrores.

A sua vida desandava
Como horrível maldição,
Todo dia era pra perder
E sofrer uma humilhação.
Ele não conseguia dar
Para nada solução.

Em determinado tempo
Vendo tudo desandar
Procurou nas redondezas
Um homem para adivinhar
O que estava acontecendo
E uma solução encontrar.

No dia em que ele resolveu
Saber da adivinhação
Levou Jocasta ao seu lado
Para a tal conversação,
Sabia que poderia ter
Com ela uma explicação.

Ao chegar na casa dele
Estava muito ansioso
Para entender porque
Seu mundo estava horroroso.
Entrando encontrou um homem,
Bastante cerimonioso.

Sentaram sem falar nada
E o profeta começou:
- Vocês vieram a minha casa
Pra entender o que lhe causou
Tão grandioso sofrimento
E para isso aqui estou.

Eles ficaram perplexos
Pois a ninguém tinham contado
Seus desejos de saber
O que lhes tinham ocultado
No presente ou no futuro
Em sonhos ou no passado.

E o adivinho continuou:
- Vocês deviam perceber
Que nada lhes foi ocultado
Antes de Édipo nascer
Seu pai foi me procurar
Para o futuro saber.

Jocasta não engravidava
De seu primeiro marido
Porque se assim o fizesse
Seu destino era sofrido
E depois que ele nasceu
Da sua casa foi banido.

Édipo matou seu pai e
Sem saber com a mãe casou.
Jocasta partiu correndo
Porque a história lhe enojou.
Édipo sem acreditar
Uma reação não esboçou.

Depois que ele entendeu
Aquela situação ruim
Saiu tremendo do local
Atras de um botequim
Pois aquilo não poderia
Ser tão triste mesmo assim.

Depois de tantas bebidas
Para casa retornou.
Vendo grande escuridão
A porta ele derrubou.
Viu Jocasta enforcada
Em desespero ficou.

Nesta hora entra em pânico
E começa sua loucura
Não pensava em viver
Só se via na sepultura
Pensando em se jogar
Bem d'ali daquela altura.

Em meio ao surto de loucura
Desejou nada mais ver
Correu para sua cozinha
Sem prever o que iria fazer.
Encontrou uma grande faca
Que nos seus olhos foi meter.

Na mutilação dizia:
- Um, porque meu pai matei.
Também furo este outro olho
Pois minha mãe não salvei.
Ainda sairei pelo mundo
Para ver se morrerei.

E assim ele sai pelo mundo
Em sua loucura total
Pedindo comida cego
Como um débil mental
Chegando nossa estória
A mais um tristonho final.

Esta estória surgiu agora
Porque de Freud lembrei,
Pra rever o complexo de Édipo
Conforme antes já o estudei,
E para ajudar seu estudo
Nova roupagem lhe dei.

Esta nova geração
Disso nunca ouviu falar.
Mas será sempre bem vindo
Este complexo estudar
Por isso fui buscar no mito,
Para me fundamentar.

Na vida de uma pessoa
As situações vão surgindo
Algumas serão bem vindas
Outras vamos repelindo
Sempre se identificando
Com este complexo lindo.

Hora poderemos agir
Como se fossemos o pai
Usando certa firmeza
Para a situação que vai
Nos trazer certo rigor
Se não agente se retrai.

Hora poderemos agir
Usando muita ternura
Como se fossemos a mãe
Ou uma flor de formosura
Para as situações boas
Tendo um jogo de cintura.

Ou como pai, ou como mãe,
Assim nós vamos vivendo
Enfrentando mais problemas
Para não ir enlouquecendo.
Com firmeza ou com ternura
Todos nós vamos crescendo.

Assim termina o cordel
Para o nosso aprendizado
Entendendo este complexo
Que pelo Freud foi criado
E que por nosso inconsciente,
Usamos sem ser notado.

sábado, 1 de junho de 2013

Pensando sobre a morte

A morte se faz paciente
Esperando em seu cantinho
Serena, calma, tranquila,
Mas sempre dando um jeitinho
De chegar em qualquer momento
De alegria ou de sofrimento
Nunca o deixando sozinho.

A morte nunca dá trégua
Não esquece nem um dia
De passar para o outro lado
Gente boa da freguesia.
Imagine tudo assim:
Nascer sem morte no fim.
Que confusão não seria?

Nunca dá, nem nunca deu
Sossêgo a nenhum vivente.
Por isso é sempre bom curtir
Porém de forma decente
Para não se arrepender
De ter deixado fazer
Da vida um grande presente.

Faz-se relação da morte
Com o tempo que foi vivido,
Como se o jovem vivesse
E o idoso fosse esquecido.
A morte quando aparece
Qualquer vivo esmorece
Pois a vida leva consigo.

A morte para os cristãos
É causa de sofrimento
Devido ao desconhecido
Que existe no pensamento.
O homem não pode saber
O que vai lhe acontecer
Depois do falecimento.

Na minha elucubração
O que existe de mais ruim
Não seria a morte em si,
Eu tenho cá para mim
Que a forma de se morrer
Faz todo mundo temer
Como possa ser o seu fim.

Para os velhos e para os novos
Ela não respeita a idade
Para todo mundo vivo
Chega com serenidade.
Por isso vamos fazer
Da vida eterno lazer
Na velhice ou mocidade.


Ela é como a matemática,
É um sinal de igualdade
Libertando os seres humanos
Do conflito e da maldade.
Termina tudo de ruim
Num mundo que não tem fim
Começando a eternidade.