segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Fábula: O lobo e a Cegonha

Adaptado por Fabiano Timbó

A raposa bem matreira
Foi a cegonha encontrar
Tal como quem não quer nada
Ela começou a conversar:
- Cegonha, minha querida
Amanhã vamos jantar.

A cegonha estranhou
O pedido inusitado
Porém ela aceitou o convite
Sem ter nada desconfiado
Quando a noite foi raiando
Chegou no local marcado.

Ao chegar foi recebida
Com um cheiro muito bom
Ela notou na raposa
Alegria sem ver tom.
Ficou muito preocupada
Que o bico ficou marrom.

A raposa fez uma sopa
Servindo em prato raso.
A cegonha percebeu
Que ali havia algum descaso
Saiu d'ali arada de fome
Sem querer discutir o caso.



A cegonha resolveu
Dar a colega uma lição,
Convidou aquela raposa
Para nova refeição
Falando-lhe calmamente
A seguinte petição:

- Ó, generosa raposa,
Que possui grande nobreza,
Também faço uma questão
De retribuir a gentileza.
Venha amanhã a minha casa
Que será bom com certeza.

E assim ela também não teve
Como daquilo escapar,
Aceitou o convite dado
Sem de nada desconfiar,
Confiando na sua amiga
Foi a casa dela jantar.

Ao chegar sentiu também
Um cheiro maravilhoso
Era uma vistosa sopa
Com um aspecto saboroso
Servida em longo jarro
De tamanho majestoso.





A cegonha lhe falou:
- Cara, o que está acontecendo?
Você não consegue ver
O que estou lhe oferecendo?
E a amiga lhe respondeu:
- Agora não estou querendo.

E saiu triste para casa
Pensando numa lição
Avaliando o ocorrido
E naquela humilhação.
Não pratique mal com os outros
Que o troco não lhe darão.

A fábula de Fontaine
Foi agora também contada
Para a nossa diversão
Em cordel metrificada.
Faça o bem para com os outros
E tenha a paga dobrada.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Fábula: O Leão e o Rato




Numa caverna bem escura
Num maravilhoso dia
Se encontrava um leão
Que por ali espairecia
Tão grande e muito feroz
Que por alí ninguém surgia.


Um ratinho bem distraído
Por ali resolveu entrar
E por cima do leão
Começou a sassaricar
Quando o rato tropeçou
Fez o rei leão se acordar.


Imediatamente o rei
Pôs a pata em cima dele
Prendendo muito bem o rato
Abrindo a boca para ele
E sem pena foi levando
Com o rato a tentar bater-lhe.


- Perdoa-me rei poderoso!
Fez o rato exclamação.
- Um dia poderás querer
A minha ajuda ou então
Minha humilde companhia
Para alguma distração.


Vendo aquele desespero
O leão achou divertido
Olhou para o pobrezinho
Naquele estranho pedido
Levantou alto sua pata
Pelo gesto comovido.


Passando-se alguns dias
O rei leão foi caçado
Pelos membros de uma corte
Numa árvore foi amarrado
Queriam levá-lo vivo
Para o reino ali do lado.


Naquele mesmo instante
Por ali foi quieto passando
Aquele mesmo ratinho
Que foi logo estranhando
Subiu logo naquela árvore
E foi lhe desamarrando.


Foi assim que o pequeno rato
Salvou o grande rei leão
Que naquele outro dia
Lhe deu sua absolvição
Por isso não subestime
Pequeno, gigante ou anão.


Foi criada por La Fontaine
Esta estória interessante
Conhecida como a fábula
De um rato intrigante
Que irrita um rei leão
Conquistando seu perdão
Com uma atitude elegante.


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A VERSÃO ABAIXO FOI APRESENTADA NUMA MOSTRA DE POESIA NA CIDADE DE MARECHAL DEODORO EM ALAGOAS


Foi criada por La Fontaine
Esta estória interessante
Conhecida como a fábula
De um rato intrigante
Que agrada o rei leão
Com uma atitude elegante.

Numa caverna bem escura
Num maravilhoso dia
Se encontrava um leão
Que por ali espairecia
Tão grande e tão feroz
Que por ali ninguém surgia.

Um ratinho bem distraído
Por ali resolveu entrar
E por cima do leão
Começou a sassaricar
Quando o rato tropeçou
O rei leão fez acordar.

Imediatamente o leão 
Pôs a pata em cima dele
Prendendo forte o ratinho
Abrindo a boca para ele
E sem pena ficou olhando
Com o rato a tentar bater-lhe.

Preocupado com a vida
O ratinho triste ficou
Tentou morder a pata do rei
E leão lhe apertou
Com muito desespero
O ratinho assim falou:

- Senhor leão me perdoe!
Fez o rato exclamação.
- Um dia poderás querer
A minha ajuda ou então
Minha humilde companhia
Para alguma distração.

Vendo aquele desespero
O leão achou divertido
Olhou para o pobrezinho
Naquele estranho pedido
Levantou alto sua pata
Pelo gesto comovido.

O rato saiu correndo 
Para sua vida viver 
Prometeu a ele mesmo 
Arrumar o quê fazer
Ser fiel a Deus na vida
E ao leão nunca mais ver.

Passando-se alguns dias
O rei leão foi caçado
Pelos membros de uma corte
Numa árvore foi amarrado
Queriam levá-lo vivo
Para o reino ali do lado.

Naquele mesmo instante
Por ali ia passando
Aquele mesmo ratinho
Que foi logo se trepando
Naquela árvore grande
E seu rei foi desamarrando. 

Foi assim que o pequeno rato
Salvou o grande rei leão
Que naquele outro dia
Lhe deu a absolvição
Por isso não subestime
Pequeno, gigante e o anão.

Este conto é uma fábula
Que ressalta a compaixão 
Um dia você pode ser o rato
No outro poderá ser o leão 
Uma mão lava a outra
Faça a sua reflexão.


segunda-feira, 12 de agosto de 2013

O Médico e o Monstro em Cordel - Stélio Lima

O autor do cordel é Stélio Torquato Lima. Ele nasceu em Fortaleza, é professor de Teoria Literária da Universidade do Estado Rio Grande do Norte e doutor em Literatura Brasileira. Verteu grande obras da literatura mundial para a poesia de cordel publicados pela Editora Queima-Bucha.  

A obra "O Médico e o Monstro" foi escrita por Robert Louis Balfour Stevenson e descreve um conflito entre o id e o superego. 

...

Por um tempo realmente
Sumiu a tal criatura.
O doutor, bem de repente,
Da doença teve a cura.
Sempre alegre e sorridente,
Voltara a ser novamente
O ser de alma tão pura.

Mas por bem pouco a doçura
Dominou seu coração:
Pouco a pouco a loucura
Turvou-lhe a luz da razão.
Escapando da clausura,
Hyde, a cruel criatura,
Voltara àquela mansão.

Voltando à reclusão,
Sem ser visto por ninguém,
Jekill dava a impressão
Que era de Hyde refém.
Várias vezes, do portão,
Utterson chamou em vão,
Não desistindo, porém. 

...

Todos que do manuscrito
Tiveram plena ciência
Sentiram algo esquisito,
Um tipo de turbulência:
O doutor tinha transcrito
O desdobramento inaudito
De uma estranha experiência. 

...

O email do autor é profstelio@bol.com.br. Quem desejar adquirir o cordel entre em contato com queimabucha@uol.com.br. 

terça-feira, 6 de agosto de 2013

O Passeio da Lua



DEDICO ESTE CORDEL AO MEU FILHO RAFAEL JOSÉ

Uma noite corri ao quarto
Meu filho estava a gritar
Pedindo-me para ver
Se a lua estava no lugar
E assim nós dois fizemos
Eu com ele a soluçar.

Quando ele viu a lua, sorriu
As lágrimas foi parando
Perguntei o que aconteceu
Num soluço foi falando:
- Pai, tive um pesadelo
Acordei e fui lhe chamando.

A noite estava sem a lua
Naquela hora quase dia
O céu estava muito feio
O sol ainda se recolhia.
Eu percebi algo errado
Porque a lua nunca dormia.

Então resolvi explicar:
- Meu filho, você não tema,
Quando isso acontecer
Nunca teremos problema
Perceba que a nossa lua
Logo aparecerá plena.

E Rafael ainda tristonho
Resolveu ainda falar:
- Painho, assim não vou poder
Cochilar nem descansar
Quando isso acontecer
Onde a lua deverá estar?

- Rafael, mantenha a calma
Para tudo há explicação
Ela não desaparece
Nem perderá sua função.
A lua foi passear com o sol
Durante a escuridão.

Ele parou um pouco e disse:
- Então ela vai aproveitar
Esses momentos com o sol
Para poder descansar
Tomando um belo sorvete
Para amanhã trabalhar.

E assim pode se acalmar
Sem de nada desconfiar
Daquela pequena trama
Voltando para sua cama.
Quem da lua nunca esquece
É aquele que amadurece
E por tudo se apaixona.