terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Hospital Geral do Estado de Alagoas

HGE - ALAGOAS

Eu estou num plantão agora
Fazendo o que é meu trabalho
Bom igual a jogar um baralho
Atendendo sem demora
Quem fala ou aquele que chora
Sendo intenso e emocionante
Em nada ele é cativante
Porque toda doença é ruim
Mas com tudo, ainda assim,
Para mim é gratificante. 





No HGE, que é meu plantão,
Chega de tudo existente
Dor, trauma, pneumonia
Até quem engoliu semente
Não existe paz nem sossego
Vive-se um pesadelo
Com choro e ranger de dente.


Se um povo bem soubesse
Jamais se adoeceria
Mas a coisa é independente
Da nossa bem feitoria
Seja rico ou seja pobre
Um bandido ou pessoa nobre
A doença lhe chega um dia.


O que mais nos incomoda 
Não é a doença, certamente
É a solução que buscamos
Quando ela está presente.
O hospital parece um hospício
De dinheiro um desperdício
Ser atendido é bem difícil
É um sofrer eternamente. 


Tem lugar que não é assim
O atendimento é decente
Mas será que o povo lá 
Terá doença diferente?
Ou será que seus gestores
Trabalham em prol dá gente?


Uma coisa cá comigo
Na minha intimidade
Será que nossos políticos 
Nos querem bem de verdade?
Só me resta pedir com fé:
- Deus, tenha de nós piedade.


Imagine no carnaval!

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Amalgma - Que saudade deste tempo!

Ao meu amigo Fernando Camelo.





Eu estou passando agora
Por um grande sofrimento.
Dor que apareceu num dente
Causando aborrecimento
É o meu Martírio de Tântalo
Para meu entristecimento.

Uma experiência ruim
Que na vida pode haver
É sentir uma dor num dente
Porque o que se sente é doer
E como não entendemos
Só nos sobra este sofrer.

Uma dor muito pequena
É a de um dente cariado
Já uma dor moderada
É a de um dente abcedado
Uma dor sentida forte
É um dente estragado.

Dor no dente é o que não falta
Aparece em qualquer hora
De toda intensidade
Que ninguém vivo a ignora
Fica latente na boca
Não sossega e nem vai embora.

Tomar algum remédio é bom
Parece até que resolve,
Porém quando acaba o tempo
A dor se redesenvolve
É um problema que abusa
Que até a família absolve.

Ha! Tempo maravilhoso
Nós vivemos no passado
Quando esta dor aparecia
Num momento mastigado
Procurávamos dentista
O dente, era arrancado.

Modernidade chegou
Mas ainda esta uma menina
Antes, nós usávamos amálgama
Hoje, para todos resina.
No passado resolvia
Com isso, hoje, a dor não termina.

Se a humanidade pudesse
Sem seus dentes ficar
Não haveria este sofrer
Teríamos outro em seu lugar
Como nós iríamos viver
Sem o prazer de mastigar? 

Não sei o que seria melhor
Se o prazer de mastigar 
Ou se a dor nunca iniciar?
Mas uma coisa temos certa
Dente também se conserta
Não precisa se suicidar.

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

A noiva do HGE



Ouvi uma estória estranha
Surgiu dentro de um hospital 
Um conto bacana e tal
Contado com artimanha
Quem disser a verdade apanha
Na imaginação se enrosca 
Cresce ficando gigante
Não tem quem não se encante
Pra ouvir todo mundo encosta
Do jeito que o diabo gosta.
...
Uma enfermeira esperta 
Saindo cedo do plantão 
Encontrou - se com um ladrão  
Como fosse coisa certa
Sem nem precisar de alerta
Saindo pela encosta
Agarrou - se com o tarado
Com cara de quem é safado
Saindo com ele de costa 
Do jeito que o diabo gosta.
...
Ficou desaparecida
Com seu fone desligado 
Com seu noivo desconfiado
Espalhando pra a torcida
Que a noiva era sua querida
Amor tal fogo que tosta
E ela sem intenção cruel 
Dormia à noite num motel
Deitada, em pé e de costa
Do jeito que o diabo gosta.
...
Depois ficamos sabendo 
Daquela vil situação 
O noivo cheio de paixão 
A noiva se entretendo
O bandido se fazendo
Depois da estória posta
O povo todo a mangar 
A estória só a aumentar 
Ficando assim imposta 
Do jeito que o diabo gosta.
.. 
No momento da flagrada
O corno não foi esperto
Correu pra ver lá de perto
Querendo não dar mancada
Chegando de madrugada.
De forma bem indisposta
Para não levar esporro
A noiva gritou socorro
Deitada lá decomposta
Do jeito que o diabo gosta.
...
Quando ele se deu por conta
Daquela tal situação
Achou dissimulação 
Muito jeito de quem apronta
Fingindo-se até de tonta.
O corno não fez proposta
Nem ameaçou dali ninguém
Pancadas não lhe convém
Porque esta proposta é

Do jeito que o diabo gosta.
...
Finalizada e concluída 
A estória desta bandida 
O noivo ganhou seus chifres
Essa mulher ganhou a vida
O ladrão ficou foi preso
A estória esclarecida.

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Pavão Misterioso

Homenagem a todos os cordelistas do Brasil.

Acabei de ler uma estória
Que continha muita ação
De um turco destemido
Utilizando um pavão
Encantado, misterioso,
Portátil, maravilhoso
Com ardor pra vencer vilão.

Este objeto encantado
Era uma máquina boa
Disfarçada de pavão
Com aparência de quem voa
Fez o turco brincar de esconde
Para enganar um conde
Dando asas pra uma pessoa.



Cordel bom tem que ser assim
Pode ser novo ou antigo
faz diferença pra mim
Revela o amor escondido
Dá força para alguém
Idéia para quem não tem
Alegrias depois de lido.

Pode ocorrer no futuro
No presente ou no passado
Que relate uma estória
Pra nos deixar admirado
Escrever de coração
Para criar grande emoção
e nos deixar emocionado.